Como primeira postagem do nosso blog, iremos falar sobre a inclusão dos surdos.
Ainda nos dias de hoje temos uma grande dificuldade na inclusão de surdos, tanto no mercado de trabalho, quanto em encontrar escolas bilíngues.
"Para Iraê Cardoso (presidente da Associação de Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE) de Alagoas), a maioria das organizações se preocupa apenas em cumprir a cota, sem focar na qualificação dessa mão de obra ou em intervenções que poderiam melhorar seu desempenho no trabalho. “Muitas pessoas, por desconhecimento, acham que o deficiente auditivo, por ter um auxílio do INSS, não quer trabalhar. Mas isso não é a realidade. O problema é que, muitas vezes, as vagas ofertadas são somente em balcões de supermercados ou outros cargos que não valorizam a capacidade profissional”, falou."
Formação e qualificação profissional de surdos - Jornal Futura - Canal Futura
A surdez e a inclusão escolar
A educação inclusiva parte do princípio de que a escola comum é o lugar (de direito) de todos. De TODOS. Ali, as pessoas devem se desenvolver e aprender juntas, tendo cada uma atendidas suas necessidades específicas. Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, isso fica muito claro também no que diz respeito à surdez. Por isso, é fundamental divulgar o que diz a Nota Técnica abaixo, da Secadi/MEC (antiga Seesp/MEC). Ela esclarece o que muita gente não sabe — ou sabe, mas faz questão de esconder para incitar cada vez mais o ódio das pessoas com surdez contra os processos de fortalecimento da inclusão escolar no país. Circula pela internet, por exemplo, um cartaz que coloca a inclusão escolar versus escola bilingue. Isso também não faz sentido, uma vez que, para ser inclusiva, a escola também é bilíngue.
Empecilhos para a inclusão
Apesar dos avanços, ainda há diversas questões que precisam ser solucionadas na área da educação para garantir a inclusão, a acessibilidade plena do aluno dentro da escola. E um dos maiores problemas é a falta de intérpretes no mercado. Muitos profissionais acabam procurando outras áreas para trabalhar.
O governo tem investido na oferta de cursos e conseguiu nos últimos anos aumentar o quadro de profissionais — atualmente existem 581 intérpretes trabalhando nas escolas do Paraná, enquanto em 2009 eram 354 (uma variação positiva de 64,12% em seis anos) —, mas ainda está longe de suprir a demanda. [...] Outro problema é a falta de preparo dos próprios professores, o que, naturalmente, causa dificuldades no processo de ensino-aprendizagem dos alunos surdos. A maior dificuldade na comunicação, porque às vezes, mesmo tendo o intérprete em sala, o professor não se dirige ao aluno, se dirige ao intérprete. Ele (professor) tem de fazer uso de recurso visual dentro de sala de aula, o que também vai favorecer o ouvinte. As pessoas, mesmo os professores, não tem o cuidado de aprender, conhecer, pesquisar”, critica Fabiana Ceschin Ribas da área de surdez do DEEIN.
Maiores dificuldades dos aluno
No final de 2006, um estudo feito por cinco pesquisadoras da Universidade Tuiuti do Paraná apontou que as maiores dificuldades dos estudantes surdos, segundo os professores, seriam a elaboração, compreensão e interpretação textual, a dificuldade para se entender o conteúdo e para se interagir, a falta de preparo dos professores e a falta de interesse dos próprios alunos. O estudo mostrava que as principais dificuldades citadas relacionavam-se à falta de conhecimento de estratégias para a surdez, e a falta de compreensão do surdo."Eu percebo que a maior dificuldade é ainda a questão da linguagem voltada ao português, porque nossa língua é a portuguesa e quando há a tradução acaba havendo uma deficiência no conhecimento que essa criança traz desde a infância. Muitas vezes há uma perda porque não houve estímulo", afirma Lourival Araujo Filho (diretor-auxiliar do Instituto Erasmo Pilotto).
No final de 2006, um estudo feito por cinco pesquisadoras da Universidade Tuiuti do Paraná apontou que as maiores dificuldades dos estudantes surdos, segundo os professores, seriam a elaboração, compreensão e interpretação textual, a dificuldade para se entender o conteúdo e para se interagir, a falta de preparo dos professores e a falta de interesse dos próprios alunos. O estudo mostrava que as principais dificuldades citadas relacionavam-se à falta de conhecimento de estratégias para a surdez, e a falta de compreensão do surdo."Eu percebo que a maior dificuldade é ainda a questão da linguagem voltada ao português, porque nossa língua é a portuguesa e quando há a tradução acaba havendo uma deficiência no conhecimento que essa criança traz desde a infância. Muitas vezes há uma perda porque não houve estímulo", afirma Lourival Araujo Filho (diretor-auxiliar do Instituto Erasmo Pilotto).
Educação inclusiva para surdos avança no Paraná
Mesmo que de forma lenta, a educação inclusiva para surdos, um direito garantido na Constituição Federal pela lei 7.853 de 1989, tem avançado ao longo dos últimos anos no Paraná. Segundo dados do Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional (DEEIN), vinculado Secretaria de Educação, o Paraná conta hoje com 981 crianças surdas frequentando as classes comuns do ensino regular (contando a rede estadual e a edução de jovens e adultos), um crescimento de 171% em oito anos.
Isso prova que crianças e adolescentes com necessidades especiais têm conquistado seus direitos, embora a falta de preparo dos professores e a dificuldade que o Estado encontra na hora de contratar intérpretes ainda dificultem a inclusão plena.
[...]
Surdos e ouvintes são iguais
Para que se garanta a inclusão, é necessário também garantir que haverá comunicação. Para tanto, é preciso que tanto alunos ouvintes quanto estudantes surdos tenham conhecimentos sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a própria Língua Portuguesa, a fim de formar uma sociedade que consiga ser, de fato, inclusiva.
Em Curitiba, o Instituto Erasmo Pilotto é uma das instituições de ensino que melhor consegue atender essa diversidade. “Aqui, alunos surdos e ouvintes frequentam os mesmos espaços e convivem perfeitamente. Da mesma forma que os alunos surdos aprendem língua portuguesa, os ouvintes aprendem Libras. E isso é interessante, porque eles (ouvintes) gostam e isso gera comunicação dentro da escola. A gente não exclui. Se queremos uma sociedade igualitária, temos que pensar em todas as pessoas”, diz Lourival.
Jogo de memória auxilia no ensino e aprendizagem de Libras em Belo Horizonte (MG)
A Universidade do Estado de Minas Gerais desenvolveu, em Belo Horizonte, o projeto “Librário: Libras na escola e na vida”, finalista do prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, na categoria “Universidades e Instituições de Ensino e Pesquisa”.
“Um dia, conversando com uma aluna do mestrado, que era surda, perguntei o que era preciso para ampliar a cultura dos surdos. Ela me respondeu que queria que todas as pessoas soubessem a língua dos sinais. Daí nasceu nosso entendimento de que era preciso fazer algo para universalizar essa comunicação”, destacou a coordenadora do projeto no Centro de estudos de Design & Tecnologia, da UFMG, Rita Engler.
A iniciativa começou com o desenvolvimento do Librário. A ferramenta pedagógica é um jogo de memória que utiliza pares de cartas, que estampam a imagem iconográfica, o sinal da Libras e a palavra correspondente em português, para incentivar a aprendizagem da comunicação visual motora, de forma lúdica.
Além disso, a tecnologia social oferece oficinas gratuitas de noções básicas da Libras e curso para intérpretes, com ênfase na tradução e interpretação, forma grupos de estudos para promover a capacitação continuada dos profissionais da Libras e realiza encontros mensais e seminários bienais, que incluem palestras e debates sobre inclusão escolar e social e difusão da linguagem.
O trabalho valoriza e dá autonomia ao cidadão surdo, por meio da difusão da importância da língua de sinais, incentiva a formação continuada dos profissionais de Libras e da comunidade surda, propõe uma metodologia lúdica de ensino e aprendizado para o ambiente escolar e promove a interação entre surdos e ouvintes em aulas do ensino regular básico em todas as matérias da grade curricular.
Para a professora e pesquisadora do Librário, Flávia Neves de Oliveira Castro, um dos principais ganhos da Tecnologia Social é que ela reduz as diferenças e aproxima a cultura dos surdos. “Não é só o surdo que ganha, o ouvinte também é beneficiado porque ele descobre que existem muitas maneiras de se comunicar, que não é só de forma vocal e auditiva. Esse método é atrativo, o jogo conquista as pessoas, principalmente as crianças. Isso também ameniza o preconceito”.
A Universidade do Estado de Minas Gerais desenvolveu, em Belo Horizonte, o projeto “Librário: Libras na escola e na vida”, finalista do prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, na categoria “Universidades e Instituições de Ensino e Pesquisa”.
“Um dia, conversando com uma aluna do mestrado, que era surda, perguntei o que era preciso para ampliar a cultura dos surdos. Ela me respondeu que queria que todas as pessoas soubessem a língua dos sinais. Daí nasceu nosso entendimento de que era preciso fazer algo para universalizar essa comunicação”, destacou a coordenadora do projeto no Centro de estudos de Design & Tecnologia, da UFMG, Rita Engler.
A iniciativa começou com o desenvolvimento do Librário. A ferramenta pedagógica é um jogo de memória que utiliza pares de cartas, que estampam a imagem iconográfica, o sinal da Libras e a palavra correspondente em português, para incentivar a aprendizagem da comunicação visual motora, de forma lúdica.
Além disso, a tecnologia social oferece oficinas gratuitas de noções básicas da Libras e curso para intérpretes, com ênfase na tradução e interpretação, forma grupos de estudos para promover a capacitação continuada dos profissionais da Libras e realiza encontros mensais e seminários bienais, que incluem palestras e debates sobre inclusão escolar e social e difusão da linguagem.
O trabalho valoriza e dá autonomia ao cidadão surdo, por meio da difusão da importância da língua de sinais, incentiva a formação continuada dos profissionais de Libras e da comunidade surda, propõe uma metodologia lúdica de ensino e aprendizado para o ambiente escolar e promove a interação entre surdos e ouvintes em aulas do ensino regular básico em todas as matérias da grade curricular.
Para a professora e pesquisadora do Librário, Flávia Neves de Oliveira Castro, um dos principais ganhos da Tecnologia Social é que ela reduz as diferenças e aproxima a cultura dos surdos. “Não é só o surdo que ganha, o ouvinte também é beneficiado porque ele descobre que existem muitas maneiras de se comunicar, que não é só de forma vocal e auditiva. Esse método é atrativo, o jogo conquista as pessoas, principalmente as crianças. Isso também ameniza o preconceito”.
Librário: Libras na Escola e na Vida
Referências
SANCHES, Carolina. Surdos têm dificuldade de se inserir no mercado de trabalho em Alagoas. Em: < http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/03/surdos-tem-dificuldade-de-se-inserir-no-mercado-de-trabalho-em-alagoas.html> . Acesso em: 12 março 2016.
CAVALCANTE, Meire. Em: <http://inclusaoja.com.br/2011/06/02/a-surdez-a-inclusao-escolar/>.Acesso em: 12 março 2016 (adaptado).
Empecilhos para a inclusão. Em: <https://www.bemparana.com.br/noticia/388937/empecilhos-para-a-inclusao>. Acesso em: 12 março 2016.
KOWALSKI, Rodolfo Luis. Educação inclusiva para surdos aumenta no Paraná. Em: <https://www.bemparana.com.br/noticia/388940/educacao-inclusiva-para-surdos-avanca-no-parana>. Acesso em: 12 março 2016.
MARA, Lidia. Em: <https://www.fbb.org.br/reporter-social/jogo-de-memoria-auxilia-no-ensino-e-aprendizagem-de-libras-em-belo-horizonte-mg.htm>. Acesso em 12 março 2016 (adaptado).
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